Resenha: A troca | Beth O'Leary| @intrinseca | 4,5


Eileen tem 79 anos e e seu marido a deixou por uma professora de dança. Ela precisa de uma mudança de ares.

Leena teve um ataque de pânico no trabalho e agora é obrigada a tirar dois meses de férias e decide visitar sua avó em Yorkshire.

Então eles decidem trocar de vida por dois meses!

Uma mudança de cenário ajudará as duas mulheres?

A história de uma avó que acabou de se separar e uma neta que perdeu a irmã e sofre com a Síndrome de Burnout. Ao trocarem de lugar, elas perceberam que a quietude da vida de uma e o estresse da outra serão desafios interessantes que trarão reflexões sobre si mesmas.

 Beth O'Leary é maravilhosa, perspicaz, com tamanha sensibilidade e com bom humor, ela cria personagens apaixonantes e que trazem problemas palpáveis. Abordando perdas, luto, síndrome de Burnout e amor. Trazendo o velho embate de cidade grande x interior.

 Eu me apaixonei perdidamente pela Eileen, que avó incrível. Disposta a fazer de tudo por sua neta. E só posso te dizer que depois dessa troca, nenhuma das duas será mais a mesma. Uma mulher que achou que não teria mais oportunidades de aproveitar a vida e outra que pensou que não conseguiria viver no interior.

Leena vive o frenesi da sua carreira, com o cara perfeito e igualmente workaholic. Mesmo convivendo com a perda da irmã e evitando a mãe, ela perceberá que mudar de ambiente e assumir as tarefas da avó na comunidade será algo difícil de se adaptar no inicio, mas trará sorrisos antes esquecidos.

 As protagonistas vivem o luto, as perdas, porém aqui viver novos papeis. Vão se desafiar a mudar por dois meses e talvez essa oportunidade seja o que precisavam. Duas aventuras imperdíveis de acompanhar, no processo para encontrarem em si mesmas e entender suas dores.

 Trazendo a mudança de ares, a síndrome de Burnoult e outras questões relacionadas as três gerações de mulheres, luto, relacionamento abusivo, o livro vai muito além ao retratar mulheres fortes, corajosas e que pararam por um momento e refletiram sobre quem são e quem queriam ser.

Mesmo sendo um pouco previsível, encanta e aquece, como uma bela caneca de chocolate quente.  É sincero, bem construído e atrai pelo enredo agradável, pelo elenco variado e divertido em situações comuns. Adorei ver seus caminhos de autodescoberta. E foi imprescindível como a autora falou sobre a solidão, principalmente relacionada a terceira idade. Principalmente em tempos de pandemia, que muitos estão isolados, privados de suas famílias e presos em seus lares. Um lugar onde deveria ser fonte de sorrisos e alegrias, agora nasce a tristeza.

 Eu queria que vocês entendessem o quanto amei e desejei nesse momento retornar ao interior, quem sabe me redescobrir por lá e observar a comunidade que me rodeava quando criança continua no mesmo lugar.

Uma obra para te fará sorrir e sentir-se bem. Por favor, mais da  Beth O'Leary para esquentar nossos corações e trazer de volta sentimentos esquecidos e novas experiencias.

Percebam que eu passaria o dia inteiro falando sobre esse livro, as questões tão sutis que a autora trouxe no contexto.  Divertido, comovente e especial.

 A narrativa alterna entre Leena e Eeilen, nos dando duas perspectivas distintas , mas igualmente divertidas sobre a inversão de papeis. A escrita da autora é leve, sensível e altamente deliciosa.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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