A
história falhou conosco, Mas isso não importa.
Yangjin sempre teve uma vida difícil, mas
aprendeu com seus pais a sobreviver. Sua filha única, Sunja, traz a dor da sua
família e através de sua vida, iremos conhecer a atual história da Coreia e
Japão, sua vida como mulher e tudo o que foi obrigada a passar: a dor, a fome,
o abuso, o preconceito.
Sunja se apaixona por um homem rico, que frequenta alguns lugares na Coreia. Ele promete que sua vida vai melhorar, até que ela engravida e descobre que ele é um japonês casado, que possui outra família no Japão.
Ela se recusa a ser outra e mesmo em grandes dificuldades e vergonha, ela é pedida em casamento por outra pessoa: um pastor religioso que partirá para o Japão. O abandono de sua antiga vida e da sua desilusão amorosa dá lugar a um drama que se estenderá por muitos anos, caminhando com a criança que a coreana gerou.
Esta é uma história familiar, que se passa na Coreia e no Japão durante o século XX. Seguindo uma família há 4 gerações que viveram grandes acontecimentos políticos da colonização japonesa, as guerras e a divisão de dois países.
A escrita da Min Jee Lee é fluida, mesmo
que seja um livro com mais de 500 páginas. Ela te faz mergulhar na história,
esclarece e instiga a continuar. Através de uma riqueza de detalhes, com uma
boa construção de personagens e com o poder de nos transportar para a Coreia e
o Japão com a família de Sunja.
Sabe quando você lê algo que lhe permite
sair da sua bolha? Te faz olhar a história mundial com outros olhos, amplia sua
perspectiva e lhe ensina? Foi exatamente assim que me senti lendo Pachinko.
Conhecer mais da história política coreana, da cultura, da identidade e do
quanto a guerra influencia até hoje esses países foi marcante.
Quatro gerações, duas nações divididas
pelo ódio, política, guerras e uma família sobrevivente.A sensação enquanto lia
é que literalmente viajei para aquele cenário e sofri junto com os personagens,
notando a adversidade entre os dois países. Além disso, a autora trata de
tantos temas, enriquecendo a trama.
Mesmo com o ritmo lento, a leitura foi interessante, triste e reflexiva. Acompanhar o que essas pessoas passaram, a discriminação, as dificuldades entre as gerações foi algo inesquecível. Lembrando que essa história é verdadeira, mesmo sendo fictícia.
"O destino da mulher é sofrer."
Voces sabiam que a autora demorou quase 30 anos para escrever essa história? Se torna evidente a medida que você lê e imerge nas característica, nos detalhes históricos e culturais da obra.
“Preparariam
um caldo saboroso com as amarguras e as pedras em seu caminho. Os japoneses
podiam pensar o que quisessem deles, nada importaria se sobrevivessem e
prosperassem, eram mais fortes porque estavam juntos.”
Um olhar único para uma área esquecida. Um retrato impactante sobre uma família que sacrificou o que podia pelo amor, inspirando uma resiliência para o futuro. Bem sei que para muitos leitores, esse livro pode não o prender, nem agradar. Porém, ele me fez ver que por trás de cada personagem e suas experiencias, há uma história real, dura e de partir o coração.