A raça humana foi extinta há centenas de anos e agora a dominação pertence a Júpiter, responsável por uma tirania opressora e quem resiste a ela é punido com a morte.
Enquanto isso, a população da
Europa trabalha para sobreviver, lutando contra a fome devido as guerras
passadas. Bellamy é um jovem caçador que virou o provedor da sua família.
Contudo, ele está cheio de ódio pelos jupterianos, que escravizam, humilham e
roubam suas vidas.
Ele decide fazer o possível para
sobreviver a situação que lhe foi imposta e isso pode ir muito além das
fronteiras, direto para seu coração.
“Rebeldia carrega um fardo pesado
em sua concepção, um tipo de teor pejorativo que não faz o menor sentido, que
culpa as vitimas oprimidas de serem contra os opressores.”
Mark Miller se inspirou em sagas
tão conhecidas, como: Jogos Vorazes e Trono de Vidro com um toque espacial. Nos
apresentando as divisões da Lua, ao domínio sob Júpiter e a divisão de classes.
Bellamy é um personagem admirável,
corajoso e amoroso. Cuida mais da família do que de si mesmo. No entanto, Alpheus
é aquele que dividiu minhas emoções: ele é conflituoso, mas sua dinâmica com
Bell, por vezes, é algo tão bonito, mas também problemático.
Muitos personagens sofreram desde
a infância e isso é bem evidente a medida que conhecemos mais deles, nota-se
que precisa ser trabalhado seus conflitos internos.
O livro aborda as crises de
ansiedade, relacionamento abusivo e cenas de violência. Então , esteja atento se
for mergulhar na trama. Apesar desses
pontos, ele tem muita representatividade. Acredito ser a primeira obra
brasileira que leio com protagonismo homoafetivo.
Outro ponto mega positivo é o glossário que o autor disponibiliza ao final, trazendo uma lista de personagens e suas origens. O desfecho traz muitas reviravoltas e deixa a curiosidade para o segundo volume.
A leitura trouxe várias críticas bem construtivas sobre a luta de classes, sobre criação, racismo, preconceito sexual e amor. Levantando a seguinte questão: será que devemos retribuir o mal que nos foi dado? Tornando-se igual aos nossos opressores?
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