Resenha: Crianças da guerra, Viola Ardone


"Dos bombardeios eu só me recordo do barulho das sirenes e dos gritos das pessoas. A minha mãe me pegava no colo e punha-se a correr. Íamos para os abrigos, ela me segurava apertado o tempo todo. Debaixo das bombas eu era feliz."


Histórias que se passam na Primeira e Segunda Guerra sempre tocam meu coração, mas essa em especial me apresentou algo desconhecido: o trem da felicidade.

Após a Guerra, a Italia está passando por um período de fome, pobreza de devastação.Amerigo é um garoto que sobreviveu com sua mãe, porém ele precisa ir no trem da felicidade para o norte, para sobreviver ao inverno.


Enquanto muitos imaginavam que seria uma armadilha, colocaram seus filhos, torcendo para que desse certo. Depois de um tempo, algumas crianças voltam para sua cidade natal, todavia outras ficam com sua família adotiva no norte.


Amerigo está com seu coração dividido entre voltar para a mãe e ficar no novo lar que lhe acolheu tão bem. Acompanhar Amerigo ao longo de sua vida foi algo tocante. Ele teve que fazer algumas escolhas duras e se viu muitas vezes, sem saída para eu coração.


Quando histórias são contadas por crianças, tudo muda. Temos a inocência, a leveza e a sensibilidade de Amerigo, que viu os piores lados de uma guerra, e mesmo com medo, segue a intuição de sua mãe e vai para um lugar desconhecido.

Conhecer a situação pós-guerra é algo impactante, visto que muitas famílias não tinham moradia, nem comida na mesa. Suas perspectivas futuras são transformadas em pó e a esperança vai sumindo.


Uma leitura que traz reflexão, apresenta um lado pouco explorado da guerra e traz no trem da felicidade uma fagulha de esperança, fé e recomeços.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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