Resenha: A ilha no fim de tudo,Kiran Millwood Hargrave



Ami mora na ilha Culion, o seu lugar de refúgio e tranquilidade, cheio de borboletas com sua mãe. Todavia a chegada do senhor Zamora muda a vida de todos. A ilha se torna uma colônia de leprosos, as crianças são banidas para um orfanato do outro lado do mar, longe de seus familiares.

Ami só deseja voltar para seu lar. Até que ela conhece uma garotinha com o nome de borboleta e juntas elas enfrentaram tudo para retornar as suas casas no fim de tudo , para os braços dos entes queridos.

"Existem alguns lugares que você não gostaria de visitar. Mesmo que eu lhe dissesse que temos mares límpidos e azuis como o céu de verão, repletos de tartarugas marinhas e golfinhos, ou colinas cobertas por florestas exuberantes, onde o som dos pássaros corta o ar denso de calor. Mesmo que você soubesse como é belo o silêncio aqui, claro e nítido como o ressoar de um sino de vidro. Mas ninguém vem para a Ilha no Fim de Tudo porque quer, não importa quem você seja ou de onde venha"

Com uma escrita poética, cheia de significados e reflexões sobre aceitação, perdas e amor, Kiran escreve de uma forma sensível uma fantasia tocante. A história é como a ilha da Ami: tranquila, quieta e mesmo com um desfecho previsível, nos leva a sentir muito. Não há nada que eu mudaria nessa leitura e sei que mesmo sendo uma leitura infantil, ela me toca com carinho.

As borboletas tem um papel fundamental nessa história e está ligada com o cuidado, a aceitação e a amizade. Afinal, colecionador as trata como objetos valiosos, mas que são apenas para amostra.

Eu pude sentir o coração partido á medida que compreendi essa relação. Como o ser humano facilmente descarta outro seja pela doença, pela raça, etnia ou algo que os torne diferente dos demais.

A autora traz um fato real, a Ilha Culion, a maior colônia do mundo de leprosos existiu de verdade no século 19. Conhecida como ilha dos mortos-vivos. Essa migração forçada é retratada na história, porém com um toque de imaginação como a mente de uma criança. Cheia de esperança, coisas bonitas e a aceitação, além de aventuras.

Ami é a inocência de uma criança, a saudade da sua mãe, a bondade do coração e o desejo mais puro de lar. “A ilha no fim de tudo” é uma história linda, graciosa e comovente como uma borboleta.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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